domingo, 30 de novembro de 2014

O soluço de um bilhão de almas

Diz-se que Martinho Lutero tinha um amigo íntimo, cujo nome era Miconio. Ao ver Lutero sentado dias a fio trabalhando no serviço do Mestre, Miconio ficou penalizado e disse-lhe: "Posso ajudar mais onde estou; permanecerei aqui orando enquanto tu perseveras incansavelmente na luta." Miconio orou dias seguidos por Martinho. Mas enquanto perseverava em oração, começou a sentir o peso da própria culpa. Certa noite sonhou com o Salvador, que lhe mostrou as mãos e os pés. Mostrou- lhe também a fonte na qual o purificara de todo o pecado. "Segue-me!" disse-lhe o Senhor, levando-o para um alto monte de onde apontou para o nascente. Miconio viu uma planície que se estendia até o longínquo horizonte. Essa vasta planície estava coberta de ovelhas, de muitos milhares de ovelhas brancas. Somente havia um homem, Martinho Lutero, que se esforçava para apascentar a todas. Então o Salvador disse a Miconio que olhasse para o poente; olhou e viu vastos campos de trigo brancos para a ceifa. O único ceifador,que lidava para segá-los, estava quase exausto, contudo persistia na sua tarefa. Nessa altura, Miconio reconheceu o solitário ceifeiro, seu bom amigo, Martinho Lutero! Ao despertar do sono, tomou esta resolução: "Não posso ficar aqui orando enquanto Martinho se afadiga na obra do Senhor. As ovelhas devem ser pastoreadas; os campos têm de ser ceifados. Eis-me aqui, Senhor; envia- me a mim!" Foi assim que Miconio saiu para compartilhar do labor de seu fiel amigo.
Jesus nos chama para trabalhar e orar. É de joelhos que a Igreja de Cristo avança. Foi Lionel Fletcher quem escreveu:
"Todos os grandes ganhadores de almas através dos séculos foram homens e mulheres incansáveis na oração. Conheço como homens de oração quase todos os pregadores de êxito da geração atual, tanto como os da geração próxima passada, e sei que, igualmente, foram homens de in- tensa oração.
"Certo evangelista tocou-me profundamente a alma quando eu era ainda jovem repórter dum diário. Esse evangelista estava hospedado em casa de um pastor presbiteriano. Bati à porta e pedi para falar com o evangelista. O pastor, com voz trêmula e com o rosto iluminado por es- tranha luz, respondeu:
"Nunca se hospedou um homem como ele em nossa casa. Não sei quando ele dorme. Se entro no seu quarto durante a noite para saber se precisa de alguma coisa, encontro-o orando. Vi-o entrar no templo cedo de manhã e não voltou para as refeições.
"Fui à igreja... Entrei furtivamente para não perturbá-lo. Achei-o
sem paletó e sem colarinho. Estava caído de bruços diante do púlpito. Ouvi a sua voz como que agonizante e comovente instando com Deus em favor daquela cidade de garimpeiros, para que dirigisse almas ao Salva- dor. Tinha orado toda a noite; tinha orado e jejuado o dia inteiro.
"Aproximei-me furtivamente do lugar onde ele orava prostrado, ajoelhei-me e pus a mão sobre seu ombro. O suor caía-lhe pelo corpo. Ele nunca me tinha visto, mas fitou-me por um momento e então rogou: 'Ore comigo, ir-mão! Não posso viver se esta cidade não se chegar a Deus.' Pregara ali vinte dias sem haver conversões. Ajoelhei-me ao seu lado e oramos juntos. Nunca ouvira alguém insistir tanto como ele. Voltei de lá assombrado, humilhado e estremecendo.
"Aquela noite assisti ao culto no grande templo onde ele pregou. Ninguém sabia que ele não comera durante o dia inteiro, que não dormira durante a noite anterior. Mas, ao levantar-se para pregar, ouvi diversos ouvintes dizerem: 'A luz do seu rosto não é da terra!' E não era mesmo. Ele era conceituado instrutor bíblico, mas não tinha o dom de pregar. Porém, nessa noite, enquanto pregava, o auditório inteiro foi tomado pelo poder de Deus. Foi a primeira grande colheita de almas que presenciei."
Há muitas testemunhas oculares do fato de Deus continuar a responder às orações como no tempo de Lutero, Edwards e Judson. 

Extraído do Livro: "Heróis da Fé"
Autor: Orlando S. Boyer

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Traduza a Página para seu Idioma